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Mulheres à obra: o aumento da presença feminina na construção civil

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Dias atrás vibrávamos assistindo as Olimpíadas, torcendo para que tanto a seleção masculina quanto a feminina conquistassem suas tão sonhadas medalhas.

Os jogos olímpicos despertaram em muitos de nós o senso do coletivo, de patriotismo, de união. União essa que não faz distinção de gênero, raça ou cor.

Foram dias tão intensos que quase nos esquecemos do abismo que nos separa quando se pensa no mercado de trabalho, na disparidade de salários e na discrepância dos benefícios quando se é colocado homens e mulheres lado a lado.

A boa notícia é que este cenário vem mudando gradativamente, ainda que seja um processo lento, mas essas mudanças são extremamente relevantes, principalmente quando envolve a conscientização das corporações em amenizar essas diferenças.

Segundo o Censo da Educação Superior do Inep de 2019, divulgado em outubro de 2020 (e o último disponível para consulta até o momento), apenas 37,3% dos formandos em cursos de graduação da área de Engenharia, Produção e Construção são mulheres. Isso indica que a maior parte dos prováveis ingressantes nesse mercado ainda é composta por homens (se considerarmos que todos os recém-formados colocam a profissão em prática).

No mercado da construção civil, tradicionalmente masculinizado, as mulheres ainda compõem um grupo minoritário, embora venha alçando um protagonismo ao longo da história. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), houve um aumento de 120% no número de mulheres trabalhando no setor de 2007 a 2018.

Essas mudanças somente ocorrem graças a um mercado que passou por ajustes, que evoluiu e se abriu a novas experiências, como o estabelecimento da qualificação como requisito mais importante no momento da contratação. As mulheres passaram a ser uma mão de obra mais qualificada devido à persistência nos estudos e a presença de características como de organização e atenção aos detalhes.

Dados do Ministério do Trabalho indicam que o crescimento da mulher na construção civil superou os 50% nos últimos 10 anos no Brasil. Hoje já somos mais de 200 mil trabalhadoras da construção civil no país. É uma vitória diante do que se via nas décadas anteriores, mas um número irrisório se comparado à quantidade de homens.

Se você ainda não está convencido da importância de mulheres na construção civil, os dados de uma reportagem da Forbes, de março de 2020, revelam que se o preconceito com relação ao gênero não existisse na área de STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática), haveria um aumento do PIB per capita na União Europeia em 0,7% a 0,9% em 2020 e em 2,2% a 3,0% em 2050.

Mas, afinal: como tornar a construção civil mais inclusiva para as mulheres?

  • Educação e incentivo – desde sempre!

Pode parecer bobeira, mas o incentivo começa desde o início, na fase da infância. As meninas podem brincar de bonecas, mas, porque não, optar por outros brinquedos, principalmente aqueles que revelam traços de uma vocação? Algumas áreas de interesse são desenvolvidas desde a formação do seu caráter – e a educação, incentivo e respeito são fatores importantíssimos neste processo.

  • Promova um ambiente de trabalho saudável

Ninguém gosta de ser discriminado por seu gênero, cor da pele ou orientação sexual. É necessário criar um ambiente de trabalho que seja acolhedor, com harmonia e respeito mútuo. Além disso, é imprescindível que as empresas invistam em processos seletivos sem distinção de gêneros (pode acreditar, isso ainda acontece!) e procurem profissionais pelo seu potencial e valor que pode agregar ao negócio.

  • Incentive a troca de ideias e o bom relacionamento nas equipes

Uma boa comunicação nas empresas é uma excelente oportunidade para conhecer uns aos outros e praticar a inclusão. Este é o momento em que todos podem expor suas ideias e pensamentos para chegar a um determinado consenso.

A troca de ideias também é fundamental para fortalecer  e criar relacionamentos de confiança entre os colaboradores. No caso das mulheres, ainda é comum haver uma certa desconfiança inicial, mas quando se nota sua capacidade e domínio sobre o assunto, é gerado um respeito e cria-se um vínculo de confiança maior. É nesses momentos em que a escuta também deve ser posta em prática, principalmente quando são as mulheres que tem voz.

Conclui-se que os dados e informações apresentadas neste texto reforçam que, apesar de já termos evoluído em muitos aspectos quando se pensa sobre igualdade nos últimos anos, ainda há um longo trajeto a ser percorrido.

É importante lembrá-los que a busca é por igualdade, e não por tratamento diferenciado. Ansiamos que num futuro próximo, a massificação feminina qualificada vai determinar o equilíbrio nas contratações.

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